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14 de dezembro de 2022 - Mundo

Deputada grega Eva Kaili é acusada de ter intermediado esquema de pagamento de propina e suborno por parte do governo do Catar a três parlamentares europeus. Parlamento Europeu vota pelo afastamento de Eva Kaili das funções de vice-presidente O Parlamento Europeu - o Legislativo que une deputados de todos os países da União Europeia - destituiu nesta terça-feira (13) a vice-presidente da Casa Eva Kaili. Em um caso que abalou um dos organismos com mais credibilidade na Europa, Kaili foi presa na sexta-feira (9) após uma investigação da Promotoria da Bélgica apontar que o governo do Catar, anfitrião da Copa do Mundo, subornou Kaili para influenciar a tomada de decisões. A agora ex-vice-presidente, que é também deputada da Grécia, negou as acusações. Por ampla maioria - 625 votos a favor e apenas um contra, além de duas abstenções -, os parlamentares destituíram a deputada grega de seu cargo. Ela também perdeu o assento no Parlamento. "A integridade do Parlamento Europeu vem em primeiro lugar", tuitou a presidente do Parlamento, Roberta Metsola, após a votação. O caso, no qual a polícia descobriu pilhas de dinheiro em operações de busca e apreensão em 19 casas e escritórios oficiais, lança uma sombra sobre o Parlamento Europeu, que busca ser uma bússola moral mundial, criticando os abusos de direitos globais e repreendendo os governos da UE por qualquer indício de impropriedade. Representantes de vários países da UE, incluindo a Alemanha, admitiram que a credibilidade do bloco europeu está em jogo por conta do escândalo. Já o chanceler da Hungria, país que costuma ser criticados pelo Parlamento Europeu por conta de posturas autocratas de seu líder, Viktor Orbán, afirmou que a Casa "perdeu a superioridade moral". "A partir de agora, o Parlamento Europeu não poderá falar sobre corrupção de maneira crível", escreveu o ministro das Relações Exteriores da Hungria, Peter Szijjarto. Foto de arquivo de 7 de dezembro de 2022 mostra a vice-presidente do Parlamento Europeu, Eva Kaili, durante cerimônia. Ela seria uma das pessoas presa preventivamente em investigação de corrupção. Eric Vida;/European Parliament/AFP Eva Kaili ainda não se manifestou desde que o escândalo veio a público, mas, nesta terça, seu advogado na Grécia, Michalis Dimitrakopoulos, disse à rede Open TV que "a posição dela é que ela é inocente, posso te dizer isso. Ela não tem nada a ver com o financiamento do Catar, nada, explícita e inequivocamente". O governo do Catar negou qualquer irregularidade. Investigação O Ministério Público da Bélgica vinha investigando a suspeita de que o um país do Golfo Pérsico buscava meios ilegais para influenciar parlamentares europeus havia quatro meses. Segundo fontes da Promotoria ouvidas pela imprensa europeia, este país é o Catar, que pagou subornou deputados para que eles influenciassem o abafamento de investigações contra o governo do país. Durante as operações de busca e apreensão, segundo a Promotoria, a polícia encontrou dinheiro em malas dentro de um quarto de hotel. O Ministério Público belga não divulgou a quantia e nem de quem seriam as bagagens. LEIA MAIS: Os negócios milionários por trás da relação do Catar com a Europa Grécia congela propriedade de vice-presidente do Parlamento Europeu

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